Sempre pautada na arte e na cultura, a Finnar ofereceu uma programação variada de shows e outras apresentações artísticas nessa quarta edição. As manifestações priorizaram o artista brasiliense e a história de nossa Capital. Mas, fazendo jus ao caráter internacional da feira, foram exibidas também danças e personagens internacionais, que arrancaram sorrisos de visitantes de todas as idades.
Para comemorar os 50 anos de Brasília, foi preparado um palco todo especial. Nessa edição, os artistas plásticos Pedro Braga Silva e Juliana Costa Borges utilizaram a técnica do grafite para pintar um cenário que lembrava a Torre de TV e o Eixo Monumental. O palco foi um dos principais pontos de encontro da Finnar, uma vez que, quando não estava sendo usado para apresentações, era ocupado pelas crianças, que ali brincavam e corriam.
“Ser reconhecida pelo compromisso com o crescimento humano, por meio da arte, cultura e sustentabilidade, unindo o CRER ao FAZER em eventos e promoções nos mais diversos segmentos.” Mais do que um palco, a Finnar tem como visão o protagonismo. Por isso, seu palco esteve aberto durante todo o evento para manifestações espontâneas, como os cantos dos índios da Tribo Fulni-ô, que, por diversas vezes, alegraram e surpreenderam os visitantes do evento.
Apresentações durante a Finnar:
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro
Inventores do seu próprio mito, “Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro” une música, dança, brincadeiras e um figurino arrojado para contar a história do Calango Voador, mito povoado por seres imaginários do Cerrado, que hoje é um dos identificadores culturais típicos de Brasília. O Grupo, que também criou o seu próprio som, o Samba Pisado, divulga seu trabalho em Brasília há 6 anos.
Criado por Tico Magalhães, o mito é dividido em três partes. Conta desde o surgimento do cerrado até a criação de Brasília. A história faz referência ainda a outros seres típicos, como a
caliandra, o elefante tromba d´água, o gavião e o lobo-guará.
“Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro” é hoje responsável por um dos maiores festivais da cidade: o Festival Brasília de Cultura Popular, que já está em sua sexta edição e reúne milhares de pessoas anualmente na Funarte. Em 2007, o grupo foi homenageado pelo Ministério da Cultura como grupo de cultura popular tradicional. Hoje, o Mito do Calango Voador já faz parte da história da capital e leva um pouco da cultura brasiliense a todo o país.
Mamulengo Sem Fronteiras e Mamulengo Fuzuê
A brincadeira com mamulengos é uma tradição muito comum no nordeste brasileiro, especialmente em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Mamulengos são fantoches manipulados por um artista, chamado de “mamulengueiro”, que dá vida e voz aos personagens.
O mamulengueiro é geralmente um homem com grande capacidade para inventar histórias e improvisar situações com os bonecos, brincando com o público e fazendo críticas aos costumes sociais. Esse artista popular anda de povo em povo, levando e trazendo diversão e informações, despertando o espírito da alegria por onde passa.
Os bonecos, em sua maioria, são feitos de madeira e tecido. De feições simples e movimentos engraçados, sempre lembram algum personagem conhecido, um político, um religioso, um aventureiro, um patrão, um empregado, alguns bichos naturais e até criações do outro mundo.
Nessa quarta edição da Finnar, dois renomados grupos de Brasília fizeram suas apresentações: Mamulengo Sem Fronteiras e Mamulengo Fuzuê, que fazem parte do Ponto de Cultura Invenção Brasileira e já viajaram pela América do Sul, América do Norte e Europa divulgando a cultura do teatro de mamulengos.
Coordenado por Walter Cedro, o Mamulengo Sem Fronteiras reúne música e teatro de bonecos para contar a história do palhaço Bastião e suas aventuras. Já o Mamulengo Fuzuê é coordenado por Thiago Francisco e trouxe para a Finnar “Benedito, Abençoada e Bendizido”, além de esquetes tradicionais do mamulengo, palhaços, ventriloquia e mágica. Ambos tem como principal objetivo viver e incentivar a transformação pela arte, e assim colaborar para o fortalecimento de uma nova realidade global, mais justa, solidária, amorosa e criativa.
Centro Cultural Árabe Brasileiro Ninah Medrei
Desde 1998, o Centro Cultural Árabe Brasileiro Ninah Medrei leva o folclore árabe ao público brasiliense. Além da já tradicional Dança do Ventre, os alunos e professores buscam apresentar a variedade de danças típicas arábicas, como a Dança com Sete Véus, o Guedra e o Haggalah. Nessa edição, foi apresentado o Dabke com bastões e também o pout-pourri de outras danças. O Dabke é uma dança típica praticada desde os tempos dos fenícios, quando os homens se organizavam para consertar os telhados vizinhos por meio de pisadas, que recompactavam a lama do teto. Acompanhado de instrumentos musicais, o trabalho tornou-se uma dança.
Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina
Fundada em 2007, a Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina foi criada com o objetivo de lutar pela preservação da historia da cidade. Juntos, os mais de 50 integrantes trabalham pelo tombamento de casarões considerados patrimônio da cidade e pela preservação de costumes e festas religiosas típicas do lugar. Durante a Finnar, os participantes da associação apresentaram a Dança do Coco, folguedo tipicamente nordestino executado ao som de cantigas e instrumentos musicais. Conta-se que a Dança do Coco tem origem no canto dos escravos nos babaçuais. No Brasil, o coco surgiu como um dos diversos folguedos de festa junina, mas hoje é dançado em qualquer época do ano.
Grupo Morabezza
A Finnar também foi palco de apresentações internacionais. No sábado (24/04), o Grupo Morabezza – composto por estudantes da UnB vindas de Cabo Verde, mostrou um pouco da cultura de seu país através da dança.
Desfile Moda Artesã e Desfile Paranoarte
Um dos pontos altos da Finnar são os desfiles. Nessa edição, as apresentações foram realizadas em dois dias: Na sexta (23/04), quinze modelos das agências Glam Model e Mega Model vestiram peças de vários artesãos presentes na feira. “É o 3° ano que participo. Sempre depois do desfile percebo um aumento significativo nas vendas”, disse Maria José, estilista e artesã responsável pela marca Maritaca, que tinha algumas de suas peças no desfile.
No sábado (24/04), foi a vez de a Paranoarte apresentar sua moda artesanal. A Rede Solidária de Artesanato é uma iniciativa de produção sustentável em Brasília que alia inclusão social e geração de renda. A Rede trabalha em diversas comunidades no Distrito Federal e Entorno e vem conseguindo ótimos resultados na capacitação de pessoas de comunidades carentes e no trabalho de reciclagem e reaproveitamento de materiais na moda.
Nas duas edições, o desfile teve coordenação de Helenice Bastos, produção de Raony Vieira e cabelo e maquiagem de Cássia Vitoriana.
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